sexta-feira, 22 de junho de 2018

Diferenças entre o modo de aquisição de linguagem de Vygotsky e Piaget


 Para Vygotsky é uma ferramenta de comunicação interação, interações que possibilitam trocas de experiências entre cada individuo. Para Vygotsky a linguagem e o pensamento estão fortemente conectados.
Para que possamos entender as ideias de Vygotsky é fundamental apropriar-se de quatro pensamentos fundamentais: interação, mediação, internalização e ZDP, para ele o individuo deve ter relações interpessoais para se desenvolver- interativos - trocas com o coletivo- construção do conhecimento através da linguagem.
Para Piaget, a passagem do egocentrismo infantil para o pensamento lógico, encontra-se intimamente ligada ao processo de aquisição da linguagem.
As pesquisas de Piaget (1923, 1924) mostram que os fatores sociais e culturais são aqueles que promovem o desenvolvimento do pensamento. Assim, quando ele se refere à sucessão evolutiva do pensamento “autístico” (individual e incomunicável) para o pensamento “dirigido” (socializada, orientada pela adaptação progressiva dos indivíduos uns aos outros), o progresso é atribuído à ação do meio social e da linguagem. Explica assim que a oposição entre as duas formas de pensamento.
As diferenças maiores são que enquanto Piaget trata a aquisição da linguagem como, algo mais biológico, que depende da maturação biológica de cada um, Vygotsky diz que é necessária uma interação interpessoal para o desenvolvimento da linguagem.
Vygotsky fala em uma origem social da linguagem e do pensamento. Inicialmente a fala segue a ação, e a fala que dirige e determina o curso desta ação. E por ser um processo que depende da interação com o meio, ele muda se o meio ao qual a criança está inserida muda.
Piaget acredita que os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que esta se encontra. A visão particular e peculiar (egocêntrica) que as crianças mantêm sobre o mundo vai, progressivamente, aproximando-se da concepção dos adultos: torna-se socializada, objetiva.
Vygotsky discorda de que a construção do conhecimento proceda do individual para o social. Em seu entender a criança já nasce num mundo social e, desde o nascimento, vai formando uma visão desse mundo através da interação com adultos ou crianças mais experientes. A construção do real é, então, mediada pelo interpessoal antes de ser internalizada pela criança. Desta forma, procede-se do social para o individual, ao longo do desenvolvimento.
Tanto Piaget quanto Vygotsky deixam claro a importância e o papel da escola por ser onde a criança interage com o outro, imita e onde o educador exerce o papel de mediador nas relações interpessoais bem como os “ objetos de conhecimentos.” A base da aprendizagem é feita na interação do sujeito com o meio. Assim fica claro a importância da escola como local onde podem ocorrer os diversos processos que proporcionarão a construção do conhecimento e a aquisição da linguagem.


Referências:

MONTOYA, Adrián Oscar Dongo, Pensamento e Linguagem: Percurso Piagetiano de Investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 2006
VYGOTSKY, Lev S. A formação Social da Mente. 2. ed. São Paulo: Martins Editora, 2007. 224 p

Cenas de sala de aula



A escola como a percebemos é uma construção social, e como tal deve ser analisada a partir do contexto que está inserida. Portanto, acredito que, conhecer os “arredores” desta escola nos auxilia a entender seu interior.
Enquanto instituição, a escola continua pressa ao formato de sua inauguração, classes enfileiradas, conteúdos engessados, sequências cronológicas que por vezes não possuem ligações com o cotidiano dos frequentadores desta escola, ou seja, os educandos. Na grande maioria das vezes, a instituição escolar, que usa como modelo as escolas do século XVII, quer “ensinar” um aluno do século XXI. O choque de perspectivas é gigantesco.
Então, como vamos conseguir fazer com que escola, aluno e professores tenham os mesmos interesses, objetivos e anseios? Já vou logo dizendo que, não tenho as respostas, mas, a partir de meus estudos e analises desde que iniciei na Pedagogia, acredito conseguir enumerar algumas ideias, que talvez se postas em prática, possam auxiliar nesse novo modelo de escola que tanto se fala e tanto se busca.
Creio que o primeiro ponto a se considerar é o conceito de escola democrática. Trabalho em um município onde pude acompanhar a implementação da Gestão Democrática, contudo, apenas escolher quem será a equipe diretiva de uma escola, não é suficiente para de fato chamarmos uma escola de democrática.
Como bem coloca Tosto (2001) “uma escola democrática é uma escola que se baseia em princípios democráticos, em especial na democracia participativa, dando direitos de participação iguais para estudantes, professores e funcionários”. E esse talvez seja o mais difícil de alcançar. Não só porque não se tem oportunidade de expor suas ideias, mas também porque, muitas vezes, estamos tão habituados a “não participar” que o simples fato de levantar em uma reunião pedagógica e dizer ao colega “não concordo com você”, se torna um exercício por vezes deixado de lado.
Para efetivamente podermos chamar uma escola de democrática, devemos incentivar nossos educandos, desde sempre, a serem participativos, críticos, nós educadores devemos nos mostrar democráticos. Colocar nosso aluno como centro das ações da escola, e não somente de sua turma. A comunidade escolar deve entender que a escola é de todos, todos tem sua participação.

Referências

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade,  Porto Alegre, p.89-96, 01 jun.1994. Semestral. 19(1). Disponível em: https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-episyemologicos-2-pdf

MACEDO, Lino de. O construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade. Porto Alegre, p.25-31, 01 jun.1993. 18 (1). Disponível em: http:///www.ufrgs.br/psicoedu/piaget/oconstrutivismo-e-sua-funcao-educacional/
TOSTO, Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil, ISSN 2175-3318. V.4.2001. Disponível em: http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html

Estudo do texto de Rays


 O texto de Rays busca definir o ato de planejamento de ensino numa perspectiva mais profunda e pragmática. No quadro abaixo, segue uma análise dos principais momentos tratados no texto.
MOMENTOS
PRINCIPAIS IDÉIAS
DEGUSTAÇÃO
RELAÇÃO COM A PRÁTICA
  1. “Escola e realidade social”



- Análise do contexto social onde está inserida a escola;
- Tornar essa realidade o ponto de partida para a prática pedagógica que será desenvolvida na escola.
- Ao ler esta passagem, me vi na escola onde trabalho.
- Na escola onde trabalho buscamos sempre que possível levar em consideração a realidade de nosso aluno, tanto que nosso PPP foi alterado para se adequar a realidade social a qual a escola está inserida.
  1. “Retrato sociocultural do educando”



- Análise particular dos educandos e suas famílias;
- Características de aprendizagem dos educandos
- Me fez lembras daqueles alunos que reprovam repetidas vezes no mesmo ano.
- Procuro sempre tentar entender as dificuldades que meu aluno e suas famílias tem.
  1. “Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino”


- Assimilação, elaboração e recriação do saber;
- Repensar os conteúdos das disciplinas ao longo de todo o ano letivo.
- Repetição que há em muitos currículos escolares
- Nossos planos de estudos foram todos remodelados para que possamos ter mais liberdade em trabalhar os conteúdos.
  1. “Procedimentos de ensino-aprendizagem”



- Metodologias e caminhos a serem seguidos para a aplicação dos conteúdos.
- Qualidade na formação e continua busca por aperfeiçoamento por parte dos professores.
- Tenho tentado, ao longo dos anos, buscar novos métodos para auxiliar meus alunos no processo de ensino aprendizagem.
  1. “Avaliação da aprendizagem”



- Contribuir com trabalho docente;
- Aprimorar o desenvolvimento e aprendizagem do aluno
- Sempre lembro na avaliações classificatórias a que fomos submetidos ao longo de nossa vida acadêmica.
- Trabalho com uma avaliação que busca aprimorar e não classificar meu aluno.

Referências:

RAYS, Oswaldo Alons. Planejamento de ensino: um ato político-pedagógico. 

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Projeto Copa do Mundo

Aproveitando a realização da Copa do Mundo de futebol,  desenvolvi com minha turma um projeto interdisciplinar.
História , geografia , Português, Matemática e claro Educação Física estão presentes nessa semana de intenso aprendizado e diversão! !!
Começamos com a origem das copas,  localização dos países participantes,  cálculos envolvendo os pontos obtidos pelas seleções.
Ao final,  aproveitando a realização dos Jogos Esportivos Escolares de Nova Santa Rita , assistimos alguns jogos para ver na prática as regras do futebol,  e claro torcer por nossa escola .





quarta-feira, 20 de junho de 2018

Apresentação EJA

Hoje apresentamos o resultado de nossas experiências e entrevistas. Muitos relatos e reflexões ! ! Contextos diferentes,  muitas ideias e a certeza de que sim a educação tem jeito.....

domingo, 17 de junho de 2018

Entrevistas professores da EJA

Esta semana realizamos o trabalho de campo da interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
Fomos entrevistar professores que dão aulas nessa modalidade de ensino.
Ao conversar com estes professores notei seu empenho, em antes de mais nada, manter o aluno na escola. Pois, a taxa de desistência ainda é bastante elevada.
Depois, o que mais me chamou a atenção foram as tentativas de motivar o aluno e de trazer assuntos que refletem o seu dia a dia.
Em uma das aulas que assisti a professora propôs um relato do dia, de quem quisesse falar.
Vi que muitos não falaram e ao perguntar, eles responderam que não haviam feito nada de interessante.
Ao que a professora lhes disse, como não? Só o fato de vocês trabalharem o dia todo e ainda virem para a aula a noite já é algo não só interessante mas de uma força de vontade muito grande.
Depois quando fomos conversar, notei na fala da professora claramente a tentativa de motivá-los, de aumentar sua auto-estima, pois segundo ela a falta de motivação e a descrença em si, faz com que o aluno abandone a escola.
Gostei bastante desta atividade pois ela me possibilitou ver de perto a realidade de uma modalidade de ensino que não conhecia.

domingo, 10 de junho de 2018

Educação ao longo da vida


O projeto de lei da câmara (PLC) 75/2017, sobre o acréscimo do conceito de “educação e aprendizagem ao longo da vida”, deve promover alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. A modificação proposta carrega, segundo alguns especialistas, a dúvida quanto à profundidade e as intenções do termo. O projeto, do deputado federal Eduardo Barbosa do PSDB MG, inclui a expressão ou conceito como um norteador para o ensino brasileiro e como um direito na Educação de Jovens e Adultos. Na sequência, o projeto estabelece que a EJA constitui um instrumento para a educação ao longo da vida para quem não teve acesso aos estudos no tempo certo.  É exatamente a expressão instrumento que preocupa o educador Moacir Gadotti (2016, p.01):A Educação ao Longo da Vida é a expressão recente de uma preocupação antiga. O que é novo é tudo o que vem por trás desse princípio antropológico e como ele é instrumentalizado. Daí a enorme importância de tomarmos posição frente a esse tema”. É inegável que aprendemos o tempo todo, em diversas situações cotidianas, e na integralidade desde o nosso nascimento. Aprendemos em nossas relações com o mundo, no diálogo com os outros e a partir de nossas reflexões sobre ações e pensamentos. A educação ocorre tanto em ambientes formais, como a escola, como em ambientes informais. Segundo o autor devemos estar atentos ao discurso de ordem que permeia a ideia de educação permanente. Uma premissa de operacionalização instrumentalizada que formaliza para obter os resultados esperados. Reduzindo as possibilidades da articulação, nos espaços educativos formais e informais, entre os saberes adquiridos ao longo da vida de maneira integral e as possibilidades presentes nos processos educativos diários. Assim para o educador Moacir Gadotti:

Uma das potencialidades do princípio da “aprendizagem ao longo da vida” é que ele quebra uma visão estanque da educação, dividida por modalidades, ciclos, níveis etc. Ele articula a educação como um todo, independentemente da idade, independentemente de ser formal ou não-formal. Se a educação e a aprendizagem se estendem por toda a vida, desde o nascimento até a morte, significa que a educação e a aprendizagem não se dão somente na escola e nem no ensino formal. Elas se confundem com a própria vida, que vai muito além dos espaços formais de aprendizagem. Assim, podemos dizer que tanto a educação quanto a aprendizagem não podem ser controlados pelos sistemas formais de ensino. Este princípio nos obriga a termos uma visão mais holística da educação.( GADOTTI, 2006, p.03)

 O tipo de aprendizagem ao longo da vida que acredito ser válido na EJA,  é a que articula a integralidade das aprendizagens construídas pelos educandos no espaço escolar. A EJA favorece a construção de espaços e atividades alternativas pela riqueza de experiências e saberes que os jovens e adultos possuem. Penso que o desenvolvimento, social e cognitivo, dos educandos devam estar ligados aos conhecimentos construídos ao longo de sua vida. O espaço escolar deve facilitar, no “estar sendo diárias”, relações individuais e coletivas que valorizem as experiências vivenciadas pelos educandos. A organização das atividades cotidianas deve proporcionar, aos fazeres pedagógicos, momentos de indeterminação da racionalidade sistematizada para que as aprendizagens ao longo da vida possam tornar-se construtivas.

Referencias:


BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. 2. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edição Câmara, 2015. Disponível em < http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/20204/plano_nacional_educacao_ 2014-2024_2ed.pdf?sequence=8>.

GADOTTI, Moacir. Educação Popular e Educação ao Longo da Vida. Disponível em: < http://almanaquefme.org/?p=4706





sexta-feira, 1 de junho de 2018

Centros de Interesse


Criado por Decroly no início do século XX, os Centros de Interesse são agrupamento de conteúdos e atividades educativas realizadas em torno de temas centrais de grande significação para a criança. Ao utilizar esta metodologia o educador estará oportunizando aprendizagens em todas as áreas. Assim na área cognitiva favorece a construção de novos conceitos , a partir da observação, da comparação, da assimilação e da acomodação, ajudando a criança a desenvolver seu pensamento, estruturar sua realidade e a interagir com ela.
Trabalho com uma turma de 4º ano, e para a feira muldisciplinar da escola estamos fazendo um trabalho sobre o resgate dos brinquedos antigos.
Tema: "Os brinquedos"
Observação:
trazer brinquedos que tem em casa;
observar brinquedos movidos à corda, a pilha, a eletricidade etc;
Classificar os brinquedos de acordo com o material de que são feitos: madeira, plástico, papelão, sucata  etc.;

Associação:
comparar alguns brinquedos com objetos reais;
descobrir a relação dos brinquedos em miniatura e as profissões;
descobrir os brinquedos utilizados por crianças em outros países;
descobrir brinquedos para uso ao ar livre e em grandes espaços;
descobrir brinquedos que podem surgir juntado diferentes sucatas.
Descobrir os brinquedos com que brincavam nossos avós
Expressão:
desenho de brinquedos observados em visitas feitas;
confecção de fantoches e outros brinquedos;
reproduzir em modelagem vários brinquedos.
Construir brinquedos de sucata
Trazer brinquedos antigos para organizarmos uma exposição
Vale destacar que ao utilizar os Centros de Interesses, o educador estará atendendo os interesses de seus alunos, uma vez que parte de dados e fatos concretos relacionados ao seu contexto. Deste modo proporcionará a construção de aprendizagens significativas, ao envolver a criança em experiências concretas e desafiadoras.

Os alunos estão na etapa da expressão, e estão bastante empolgados com a exposição que está sendo organizada!!

Desafios da inclusão na escola contemporânea

Quando iniciou-se o processo de implantação da Educação Inclusiva nas escolas regulares, evidenciou-se as profundas transformações que se f...