segunda-feira, 25 de abril de 2016

A criança e sua construção da linguagem escrita


A criança reconstrói criativamente o objeto do conhecimento ao tentar compreendê-lo. Essa reconstrução se dá, primeiro, através de sua ação sobre o objeto e em um segundo momento ela parte para sua representação.
Segundo Luquet, as crianças passam por diversos estágios em suas representações. Ao analisarmos desenho e escrita como sistemas de linguagem acabamos por perceber como cada linguagem organiza seus elementos de constituição.
A medida que as crianças se apropriam da linguagem gráfica seus desenhos passam a ser considerados objetos de conhecimento.
Assim como na reconstrução do sistema de escrita, no desenvolvimento dos desenhos também a criança passa por estágios/etapas. Nesses estágios podemos perceber as interações entre escrita e desenho.
Segundo Emilia Ferreiro, a medida que a criança progride em seus desenhos, progride também na escrita. Essa aproximação se dá, principalmente na aquisição destas linguagem, tanto no desenho quanto na escrita ou seja, no inicio “o desenho é uma escrita e a escrita é um desenho”.
Há uma estreita relação entre esses dois processos de aquisição de linguagem.
Segundo grande parte das teorias de alfabetização a escrita teria o estatuto de representação. No entanto, no enfoque da psicologia a escrita representa o papel de veículo de comunicação. Segundo a psicanálise a representação é  a relação que se tem com o objeto representado e não pura e simplesmente a representação deste objeto.
Em seus estudos Emilia Ferreiro trouxe para o campo da alfabetização a questão de que modo a criança dominar a consciência da técnica, raciocínio e procedimentos que utiliza para agir e pensar sobre o objeto.
 A criança adquire a linguagem oral em situação de comunicação efetiva e quando ela começa a compreender a escrita deve-se converter a linguagem em objeto de reflexão.

Acredito que a aproximação entre os textos está no fato de ver a aquisição da linguagem escrita como um processo de interação entre o observador e o objeto observado.
E perceber que a linguagem e a comunicação se dá antes da aquisição da escrita. Que o desenho é uma forma de comunicação e de interação com o mundo e que suas etapas de desenvolvimento estão ligadas as etapas de desenvolvimento da alfabetização e da aquisição da escrita.


Tenho pro método de trabalho o lúdico e a arte. Sempre procuro em minha prática unir os conteúdos que nos exigem trabalhar, com a leveza da arte, visto que ambos andam de mãos dadas.
Acredito que o desenho é uma forma de comunicação, o desenho para a criança é o concreto e mesmo antes de adquiri a linguagem escrita ela já se comunica através dele. É uma comunicação feita através da vida, do concreto.
Tinha um aluno, há alguns anos atrás, que tinha muita dificuldade na leitura. Mas desenhava muito bem. Passei a dar-lhe como tem frases para que ele ilustrasse. Ele então, se sentindo valorizado procurou aprender a leitura das palavras com mais afinco, visto que a leitura de mundo ele já sabia.

Qual não foi minha surpresa quando este menino pede para ler o texto da aula, mesmo vacilante ele leu corretamente e a partir daí sua leitura e escrita se desenvolveram muito rapidamente. O que lhe faltava? Um incentivo.

sábado, 23 de abril de 2016

O desenvolvimento da criatividade


A sala de aula, e a escola, são lugares de questionamentos e não, onde as respostas devem estar prontas e finalizadas. Neste contexto o professor deve se colocar, não como um instrutor que mostra tudo de forma mecânica. Nos como professores devemos complexificar e não simplificar, nossos alunos buscam o desafio e entregar tudo pronto e dizer a eles que as verdades são imutáveis não  torna a educação e a escola atraentes, já que os adolescentes de hoje estão envoltos em toda tecnologia que se pode adquirir.
Devemos então acreditar na escola e mais do que isso, acreditar que a escola pode mudar os alunos, acreditar que ninguém entra e sai da mesma forma do ambiente escolar. A escola deve ser encarada como uma ambiente de transformação. Um lugar onde a aprendizagem se dá em um processo de construção de conhecimento, levando em consideração a imensa diversidade cultural que nela se apresenta.
Precisamos reconhecer que para conseguirmos resolver determinada questão precisamos, como diz o texto “despertar afetos”, estabelecer relações afetivas. E entender que o conhecimento não é um espelho da realidade, mas uma releitura dela. Para que o aluno construa seu conhecimento ele precisa partir do conhecido, do que ele já sabe, para buscar maiores informações e essas buscas dão sentido a aprendizagem. O aluno precisa pensar sobre o tema estudado. O conhecimento não representa um espelho da realidade, ele reflete a intencionalidade de quem o representa.

Acredito que é necessário aguçar todos os sentidos para despertar o interesse de nossos alunos no processo de ensino aprendizagem. Aprendemos com todo o corpo, não só com a mente, o cérebro. Aprendemos quando nos tocamos, nos ouvimos, quando ficamos em silêncio. Nosso grande desafio é despertar totalmente nossos educandos.
Concepções do brincar na Psicologia




 No texto Concepções do brincar na Psicologia as autoras Therezinha Vieira, Alysson Carvalho e Elizabeth citam primeiramente as formas de análise sobre jogos e brincadeiras de estudiosos de diversas áreas, como historiadores, sociólogos e filósofos. Posteriormente fixam suas análises mais aprofundadas na abordagem da conceituação e reconhecimento no fenômeno do “brincar” na Psicologia. Desenvolvem também uma abordagem sobre as relações do “brincar” com o desenvolvimento através de pressupostos teóricos da psicanálise, do construtivismo de Jean Piaget e da psicologia histórico-cultural.
        Na primeira parte do texto os autores apresentam a afirmação do historiador Huizinga(1971) que diz ser o jogo elemento fundante de cultura, ou seja, as instituições sociais evoluíram a partir de práticas lúdicas. Outro historiador citado é Ariès( 1978) este autor destaca no clássico História social da criança e da família a importante função de coesão social que o jogo tinha na Idade Média em contraposição a faixa cada vez mais estreita que vem ocupar na vida do homem moderno envolvido entre as solicitações da vida doméstica e do trabalho. Destacam no campo da Sociologia Brougére ( 1994, 1998a, 1998b) que se interessa na transformação das relações entre jogo e educação em nossa civilização e nas relações que o brincar/jogar mantém com a cultura.
        Para responder o questionamento: É possível definir o brincar?  Utilizam-se para suas reflexões e definições de alguns autores. Para nossos autores diferentemente do material do jogo, cujo uso obedece a determinadas regras, o brinquedo pode ser utilizado de forma mais livre, de acordo com a vontade de quem com ele brinca. O termo brincar não é menos complexo. Em geral, no sentido comum, é mais reservado à infância. Para Santa Roza (1993) “o termo que possui maior abrangência é ludus, do latim. Ele remete às brincadeiras, aos jogos de regras, a competição, recreações teatrais e litúrgicas. Dele deriva o nosso termo lúdico, significando aquilo que se refere ao brincar quanto ao jogar”. 
Ações para incentivar a autonomia em sala de aula

Segundo Paulo Freire, autonomia é a capacidade de conscientizar o sujeito de seu lugar no mundo, possibilitando que esta pessoa transforme sua realidade. O sujeito autônomo é aquele que se percebe capaz de alterar sua realidade.
Para que essa autonomia seja refletida em sala de aula e na escola, acredito que devemos primeiro incentivar a curiosidade de nossos alunos para os temas estudados, e uma maneira de fazer isso é trazer para a sala de aula elementos de seu cotidiano, seu dia a dia. Mostra que sua experiência de vida é importante, estabelecer uma relação direta entre conteúdo e realidade. A importância que se dá há essas vivências trazidas pelos alunos estará intimamente ligada ao seu interesse no que é proposto pelo professor.
E a partir disto, incentivar um pensamento crítico a respeito dessa realidade, uma maneira de fazer o educando interferir, criticar e alterar seu cotidiano. Devemos entender que  o processo educacional não é algo estático e sim algo que está em constante transformação.
Para tanto devemos estabelecer aulas dinâmicas, reflexivas e críticas. Diversificar estratégias, propor debates, comparações e estar atento a diversidade que se apresenta em sala de aula, estabelecer interações de respeito mútuo e de confiança, onde se incentive a auto-estima. Promover canais de comunicação, para estabelecer a participação de todos na construção do processo educativo.
A reflexão sobre a ação é o que produz conhecimentos válidos e significativos. Só há aprendizado quando o aluno se apodera e ressignifica o conhecimento.



Desafios da inclusão na escola contemporânea

Quando iniciou-se o processo de implantação da Educação Inclusiva nas escolas regulares, evidenciou-se as profundas transformações que se f...