segunda-feira, 19 de março de 2018

Escolas Democráticas


Após assistirmos o vídeo, fomos convidados a fazermos uma reflexão:


Segundo Piaget, as aprendizagens se dão a partir de provocações trazidas pelo chamado “provocador”, que neste contexto podemos dizer que somos nós, professores. Nas aulas do professor de artes, que observamos no filme, vemos essa função sendo desenvolvida por parte dele, as provocações, desafios e mais do que isso, um olhar diferenciado para cada aluno, visto que não somos todos iguais e não aprendemos da mesma maneira. Já o desenvolvimento está ligado ao desenvolvimento de nosso corpo, biológico, como nos diz Piaget, “o desenvolvimento é o processo essencial e cada elemento da aprendizagem ocorre como uma função do desenvolvimento total, em lugar de ser um elemento que explica o desenvolvimento (1972)”. Desenvolvimento e aprendizagem andam juntos e se completam. São duas faces da mesma moeda.
Ao ler o texto de Morin, refleti sobre como é impressionante que a educação, que visa transmitir conhecimentos ,seja cega quanto ao que é o conhecimento humano no seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e a ilusão, e não se preocupe em fazer conhecer o que é conhecer. O conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta a ser utilizada sem que sua natureza seja examinada. Dessa maneira, o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez.
O vídeo que assistimos em aula, nos mostra escolas com diferentes organizações, mas que mostram a mesma realidade. Escolas onde o aluno é mero ouvinte, onde não há uma ligação com o cotidiano, fazendo com que esse aluno perca o interesse pelas aulas e pela escola.
Como bem nos coloca Paulo Freire, Não há comunicação sem dialogicidade, portanto ela se torna essencial, principalmente a nos educadores que temos na comunicação nossa principal ferramenta de trabalho. Ele fala sobre sua visão de mundo e a nossa participação enquanto seres humanos neste mundo, complexo, tecnológico, político. Segundo o autor:

 “ É que há um diálogo invisível, prévio, em que não necessito de inventar perguntas ou fabricar respostas. Os educadores verdadeiramente democráticos não estão-são dialógicos. Uma de suas tarefas substantivas em nossa sociedade é gestar esse clima dialógico”. (FREIRE, 2000, P. 81)

Para que nossos alunos tenham essa autonomia, devemos reestruturar o currículo de nossas escolas, devemos incluir atividades que primem pela autonomia, pela relação com o cotidiano, para que formemos cidadãos e não meros espectadores da sociedade.

REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
_____________. A sombra dessa mangueira. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 5ª ed. 2012.
PIAGET, Jean. Development and learning. In LAVATTELLY, C. S. e STENDLER, F. Reading in child behavior and development. New York: Hartcourt Brace Janovich, 1972. (Trad.: Paulo F. Slomp, prof. FACED/UFRGS. Revisão: Fernando Becker, PPGEdu-UFRGS)


Um comentário:

  1. Olá! O texto está bem qualificado e com grande poder de argumentação, pois refuta as tuas ideias com conhecimentos já aprendidos durante o curso! Parabéns! Continue se dedicando as atividades do curso!
    Att Glauber Moraes
    Tutor Seminário Integrador VII
    PEAD UFRGS

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